quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Especial Amazônia: Recanto do boto

Foto: Ana Caroline de Lima

Dóceis e simpáticos, os botos-cor-de-rosa atraem turistas na região amazônica. Confira como é o dia-a-dia em um dos principais flutuantes que oferece o serviço e descubra porque essa prática pode estar com os dias contados.


COM UMA FACA afiada na mão, Silvana abre a geladeira à procura de um dos vários peixes pescados pelo filho ainda de madrugada. Exibindo a habilidade típica que só a rotina pode trazer, em questão de minutos ela despedaça traíras escolhidas a dedo. Quando acaba de encher uma tigela grande com os pedaços de carne, coloca um sorriso no rosto e diz entusiasmada: “Vamos separar os melhores pedaços, porque a Tina precisa se alimentar”.

Com seus 100kg, Tina exibe uma silhueta arredondada, mas ainda assim necessita uma alimentação reforçada, como toda mãe em processo de amamentação. Depois de dez meses de gestação e marcada por ferimentos misteriosos, Tina deu à luz a Caco, que a acompanha o tempo todo. 

Uma gestação de dez meses. Parece bastante? Nem tanto, porque Tina e Caco são botos-cor-de-rosa. Eles são apenas alguns dos animais que visitam o Recanto dos Botos, à procura de comida.

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                                                      Hora do lanche: Tina abocanha um dos primeiros peixes do dia.
                                                              Foto: Ana Caroline de Lima

Self-service para botos?

Há dez anos a rotina do casal Silvana e Érico está interligada com os golfinhos. Tudo começou quando Silvana percebeu que um dos filhos sempre voltava de suas pescarias contando estórias sobre como os botos da região o cercavam pedindo carinho e peixes. 
Não levou muito tempo para que a família transformasse sua casa em um flutuante equipado com restaurante e lojinha de artesanato que atrai visitantes em busca do já famoso ‘mergulho com os golfinhos’. Atualmente, o Recanto do Boto é um dos cinco estabelecimentos autorizados pelo Ibama para a prática de turismo aquático com cetáceos.

nadando com os golfinhos, swimming with the dolphins, amazonia, floresta amazônica, amazon jungle, botos, boto cor de rosa,Entre peixes e turistas, Silvana conta que a vida com os golfinhos é cansativa, mas recompensadora.


“Antigamente, eu ouvia histórias de moradores que machucavam os botos por achar que eles fossem fazer mal pra alguém. Hoje com o sucesso do Recanto, as pessoas estão se conscientizando que os botos são amigos e que podemos viver em harmonia.”, explica. 

Nadando com os golfinhos

As cores branca e vermelha do flutuante chamam a atenção em frente à vastidão das águas do Rio Negro. Após duas horas de viagem de lancha partindo de Manaus, os visitantes são recebidos com as boas-vindas de Silvana assim que a embarcação atraca. Depois de explicar um pouco sobre o trabalho realizado no flutuante, ela e o filho Eric presenteiam os turistas com colares artesanais feitos com materiais típicos da Amazônia.   



Em meio a agradecimentos e elogios ao artesanato feito de sementes das árvores próximas, escuta-se um grito de uma criança, que diz em inglês: “Pai! Olha lá uma mamãe golfinho nadando com o bebê!”

Todos os olhares se voltam ao rio, onde Tina e Caco pulam freneticamente, provavelmente à espera dos peixes diários oferecidos por Eric. Não demora muito para que outros botos apareçam, vindos de todas as direções.

Veja a continuação clicando aqui.

E você? Já foi nadar com os golfinhos? Conte sua experiência para nós! Ainda não foi mas pretende ir? Deixe suas perguntas nos comentários!


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