Pescador captura exemplar de Pirarucu em lago da Amazônia. Espécie pode pesar até 250kg e medir mais de três metros. Foto: Divulgação/Jimmy Christian |
DEPOIS DA NATAÇÃO, os visitantes são levados
para um cercado de madeira submerso no rio. Esse local serve de viveiro para
quinze Pirarucus, um dos maiores peixes de água doce do planeta.
Os turistas
mais empolgados procuram pela plataforma para nadar com os peixes, mas Silvana
explica que devido à força e violência desses animais, a forma de contato será
diferente: simulando uma pesca. E tem mais: “Não é qualquer um que consegue se
segurar quando o peixe morde a isca. Duvido que algum de vocês consiga levantar
a vara de pesca com o Pirarucu”, provoca.
Desafio lançado, desafio aceito. Dentre onze
pessoas que arriscaram fisgar e içar o peixe, apenas um alemão consegue cumprir
a tarefa. Ao jogar a isca na água, é ouvido um forte estalo da mordida, seguido
por um show de força enquanto o Pirarucu se debate para se livrar do anzol.
Em janeiro de 2012, quatro
Pirarucus nadavam no viveiro do Recanto dos Botos, mas Silvana não sabe até
quando isso será possível. “O Ibama está falando em proibir (os Pirarucus) e deixar só os botos. Se eles disserem para tirar, eu tiro. Aqui o que a gente quer é mostrar que é possível convivermos em sintonia com a natureza sem causar mal pra ninguém”, explica.
O bacalhau proibido
Não é de hoje que o pirarucu é chamado de "Bacalhau
da Amazônia". Chefs brasileiros vêm tentando emplacar o “gigante” dos rios
amazônicos como um dos melhores bacalhaus do mundo.
Alvo de pesca predatória, peixe recebe proteção ambiental desde 1991.
Foto: Dinosoria.com
|
Com mais de 250kg e três metros de comprimento,
o Pirarucu -- "peixe-vermelho em Guarani" – não é presa fácil para os
pescadores. O peixe é agressivo e não se entrega facilmente ao ser fisgado por
um anzol. Mas o ponto fraco desse animal está no que poderia ser uma vantagem
evolutiva: dois sistemas respiratórios distintos. Enquanto um funciona embaixo
d água, o outro trabalha fora dela. Ao vir à tona para respirar, o Pirarucu
torna-se vulnerável a ataques de predadores e pescadores ilegais. Para sorte da
natureza, matar um "bacalhau da Amazônia" é crime ambiental e pode levar a três a cinco anos
de prisão.
Ribeirinhos capturam Pirarucu no rio Solimões. Foto: Divulgação/ EMATER-RO ___________________________________ |
“O Ibama está falando em proibir (os Pirarucus) e deixar só os botos. Se eles disserem para tirar, eu tiro. Aqui o que a gente quer é mostrar que é possível convivermos em sintonia com a natureza sem causar mal pra ninguém”.
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De volta à terra firme
Recanto do boto: um paraíso no meio do Rio Negro Foto: Ana Caroline de Lima |
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